NELSON LORENA


NELSON LORENA
Cachoeira Paulista 
21-07-1902/06-07-1990

Nasceu em 21 de julho de 1902, na cidade da Bocaina, atualmente Cachoeira Paulista, na Rua Padre Felipe, em casa já demolida; filho de José Randolpho Lorena (maestro) e Antônia Eulina Pacheco Lorena.
Aos sete anos, foi matriculado na Escola Masculina da Bocaina, do professor Salvador Pinto Barbosa. Demonstrando notável aplicação, completou em dois anos, os quatro exigidos no curso primário, continuou a frequentar a escola até seus onze anos de idade, quando iniciou o aprendizado de música com seu pai, compondo sua primeira música aos doze anos, uma valsa com o nome da primeira namorada.
Matriculou-se aos quinze anos na Escola Normal de Guaratinguetá, onde frequentou dois anos. Seu pai, modesto funcionário da Central do Brasil, com família numerosa, não podendo mais mantê-lo no estudo, retirou-o da Escola.
Desde os onze anos, revelaram-se os seus pendores artísticos que se desenvolveram sem os bafejos de mestres ou escolas de artes. Tornou-se autodidata lendo tudo a seu alcance, de preferência História, Religião, Ciências, Filosofia. Dedicou-se à pintura, à música, à escultura, à cenografia, à arquitetura, ao jornalismo, à poesia musicada, à estatuária; tornou-se ainda, professor leigo de matemática, música, desenho técnico e ginasial, trabalhos manuais, na Escola Profissional Luis Carlos e Ginásio Valparaíba; lecionou harmonia no Conservatório de Guaratinguetá. Aos dezoito anos, ingressou na Central do Brasil como pintor, pouco depois, chegou ao cargo de Oficial Administrativo, no qual se aposentou em 1956. 
Em 1925, casou-se com Hilda Guimarães Lorena, de cuja união nasceram três filhos: Ney, Nildes, Nyone; tendo como filho adotivo José Maurício. Enviuvou-se de sua primeira companheira em 1952 e em 1958, casou-se com Doralice Gonçalves Lorena. Desta união nasceram sete filhos: Dilah, Nelson, Newton, Yane, Fábio, Nilsen, Patrícia e também neste matrimônio adotou o filho, Pedro. Herdou de seu pai o caráter e o amor próprio; detestou a subserviência e o capachismo; alto e magro, teve sempre dificuldades para "curvar-se", quer física, quer moralmente. 
Como músico e compositor, escreveu dobrados para Banda de Música, músicas populares para jazz e orquestra; hinos sacros, espiritualistas e escolares. Compôs a melodia do hino municipal de "Cachoeira Paulista", músicas para revistas teatrais, e ainda frevos, boleros, rumbas, e outras canções, em número aproximado de 400 composições. 
Como pintor, dedicou-se à escola clássica, com paisagens, retratos a óleo, etc.; pintou o forro da Igreja de São Sebastião em Cachoeira Paulista, com noventa e seis metros quadrados de área; recriou aspectos históricos de sua cidade, pintou retratos de parentes, amigos, etc. 
Como escultor, destaca-se o monumento do Soldado Constitucionalista de 32, realizado em 1936 em bronze fundido. Apesar da incredulidade de muitos que o julgaram incapaz, sua cidade hoje tem um dos monumentos mais raros existentes no estado de São Paulo. Na arquitetura, é autor de projetos como Escolas, Entidades Filantrópicas, Clubes, o túmulo de Severino Moreira Barbosa em Portugal, além de centenas de residências. Mesmo sem ter cursado uma faculdade, Nelson Lorena foi credenciado pelo CREA de São Paulo, podendo realizar obras também como arquiteto. No jornalismo fez publicar perto de quatrocentas produções literárias, sobre: História, Ciências, crônicas locais, humor, crítica política, religião, etc. 
Como homem público, foi Vice-Prefeito eleito, no quadriênio de 1956/1960, Presidente do Cachoeira Futebol Clube, Presidente do Clube Literário e Recreativo, Sócio Honorário pelos serviços prestados, homenageado pelo mesmo Clube em junho de 1984, pelo Rotary Club, em julho de 1981, Presidente da União Espírita, pela Escola Infantil Serelepe, em 1970, Diploma de Honra ao Mérito do governo, por contribuição à imprensa, em 1980; pela Câmara Municipal de Cachoeira Paulista, em 1975; pelos vários trabalhos realizados em benefício de sua cidade; Instituição da Semana Artística Nelson Lorena, em 1988; Diploma de trabalhos em artes plásticas em prol da cidade; recebeu a comenda "Silva Caldas" em junho de 1990. Dirigiu por muitos anos o "Paulista jazz", (mais tarde "Milton Jazz"). Idealizou, construiu e aos 04 de fevereiro 1976 inaugurou o "Museu Maestro Lorena". 
Teve a satisfação de ver iniciadas as obras de um sonho pelo qual lutou durante 50 anos, o Parque Municipal que, em reconhecimento recebeu o nome de: "Parque Ecológico Nelson Lorena". Perseverante em suas iniciativas, adotando a divisa, "Eu penso, Eu quero, Eu faço", triunfou sempre no que dependeu somente de si mesmo. Falecendo próximo de completar seus 88 anos de idade, em 06 de julho de 1990, teve os últimos anos vividos em meio a seus quadros, livros, sentindo um "prazer inefável quando via o morno ocaso de sua existência, iluminado e aquecido pela visita de amigos", segundo afirmava. 
Em reconhecimento ao seu trabalho por Cachoeira, a Prefeitura Municipal deu seu nome a uma das ruas da cidade, a Câmara Municipal instituiu a Comenda Nelson Lorena, concedida aos que se destacam no âmbito cultural e artístico da cidade e foi agraciado como Patrono da Biblioteca da Câmara Municipal. Em entrevista concedida a um Jornal do Rio de Janeiro, Leopoldo Machado considerou-o como o precursor da Música Espírita no Brasil.


Saiba mais sobre Nelson Lorena:

http://oslorenas.blogspot.com/2008/09/nelson-lorena-21071902-06071990-artista.html
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